Casa das máquinas – 11 11 2011 – John Bull
A sexta feira 11 de 11 de 11 teve intensa atividade musical
simultânea em Porto Alegre, Santa Maria e Florianópolis, 3 cidades muito
importantes para mim. O Pearl Jam se apresentou em Porto Alegre. Pylla Magrão e
Nazareth tocaram em Santa Maria. Eu concluí as demos do meu CD e pra continuar
a noite me estendi ao John Bull para assistir a uma banda que queria ver desde
minha adolescência. Trata-se do quinteto “Casa das Máquinas”. Eu sequer
imaginava que iria ver os caras, quanto mais imaginar que eles estavam em
turnê. Ao saber da notícia agendei minha noite e, logo após abrir a casa lá
estava eu, pronto para retornar aos anos 70 e saborear a essência musical
daquela época.
O Casa das Máquinas está renovado. Nunca vi a banda
anteriormente e temos pouco material circulando na internet, logo, não sabia
quem eram os músicos.
O show começou detonando rock bem pesado ao estilo anos
70, bem da essência da banda. O guitarrista, Leonardo Testoni, da nova geração demonstrou
uma coerência muito grande ao unir solos com alto teor de virtuose e “feeling” do
rock setentista. Grande pegada do Músico.
O vocalista João Luiz, muito carismático, manteve a
tradição rockeira do rock de São Paulo e segurou as pontas por 1h e 30 de rock
pesado.
O baixista Fábio César tocou todas as músicas com muita
desenvoltura e tirou um som forte e musical de seu instrumento. Deixou o
público satisfeito com a maturidade com que apresenta os clássicos do Casa.
Mas o destaque fica sem dúvida para os dois integrantes
originais o tecladista Mario Testoni e o baterista Mario Tomaz ambos com aquela
pegada de quem já toca rock há muitas décadas. Quem cresceu ouvindo Sabbath, Led,
Uriah Heep e, claro, principalmente Deep Purple - que o tecladista fez questão
de homenagear com vários temas em seu solo – percebeu que a banda trouxe os
velhos (e bons) tempos ao palco.
Em mais ou menos 1h e 30 de show o Casa brindou os fãs
com o repertório essencial do grupo, destaque para as belíssimas “Lar de
maravilhas”, “Vou morar no ar” e “Casa de rock” – esta última um verdadeiro hino do rock
paulista que há muitos anos queria ver ser executada ao vivo. Emoção pura! Ao
final do show todos saíram com vontade de ver o concerto mais uma vez.
Saí do John Bull com a sensação de que o sonho dos 70 se
mantém vivo. Lembrei da época em que o material relativo ás bandas era escasso,
os LPs, fora de catálogo, o Casa então, era vendido a peso de ouro, Bandas como
“o Terço”, “Mutantes”, “O Som Nosso de Cada dia”, “Peso”, “Joelho de Porco”
eram quase impossíveis de se achar. Não existia nada disponível no mercado e a
Internet não estava aí para nos socorrer. Não podíamos ouvir dezenas e dezenas
de grupos por dia. Por isso curtíamos o som degustando cada nota, cada batida,
cada letra. E se hoje, de vez em quando paro com os vídeos, com a internet, desligo
a luz do quarto e me concentro somente em ouvir (sem ser bombardeado pelas imagens
dos vídeo-clipes) concentrado 2 ou 3 horas de música foi por que minha geração
foi educada como bandas como o Casa que mantinha o alto nível de composição,
mesmo enquanto as novelas massacravam discoteca toda hora.
Longa vida ao rock’n roll – e que a Casa do Rock esteja
sempre aberta para quem realmente sabe apreciar a boa música, pois, estes,
realmente merecem entrar na casa e ir morar no ar.
Nota 8,0.
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