domingo, 7 de julho de 2013

O Chamado - terror classe "A" tem foco central na excelente Naomi Watts que protagoniza a mãe em angustiante desespero.

O CHAMADO


Quase 10 anos após assistir pela primeira vez ao impressionante “O Chamado” tirei as horas finais deste domingo para rever esta obra-prima do cinema de horror que me chamou a atenção desde a primeira impressão.


Depois de tanto tempo amadureci muito minha análise dos filmes e, agora, pude assistir com mais profundidade este grande filme, que, talvez tenha sido um dos últimos grandes marcos do terror “classe A” de todos os tempos.



Dirigido de forma impecável por Gore Verbinski, a concepção de “O Chamado” é íntegra, concisa (em temos de história e símbolos), tem grande noção de ritmo e desenvolvimento de roteiro e é um primor de fotografia – basta ver a belíssima cena em que Rachel (Naomi Watts) entra no quarto da pousada para assistir à maligna fita VHS. Verbinski quebra a concepção fotográfica melancólica e fria que até então sublinhara a película e introduz um incisivo tom vermelho vindo de uma árvore destacando a presença do mal que se instaura no quarto e, em seguida, na alma de Rachel – como se pode perceber na perfeita troca de expressão da atriz após a personagem assistir à fita.


A fotografia e iluminação são maravilhosas – em todas as cenas Naomi aparece sem qualquer traço de imperfeição. A qualidade técnica do filme é de cair o queixo mesmo – tomadas aéreas em prefeita sincronia, montagem precisa (destaque para a cena do cavalo no navio) e a trilha sonora de Hans Zimmer é linda!
Também merecem destaque as perfeitas imagens da fita que os personagens assistem – perturbadoras, surrealistas, macabras, enigmáticas e hipnóticas, dão a impressão de que nós mesmos, plateia, já estamos tomados da maldição de Samara. Assustadoras mesmo!



Mas nada disso seria suficiente para transformar um ótimo filme na obra-prima que é “O Chamado” sem a qualidade do elenco – que, tem como figura central a personagem de Naomi Watts. Considero Watts (desde que vi este filme) como uma das melhores atrizes da atualidade (duas vezes indicada ao Oscar por “O Impossível” e “21 Gramas” – excelente), ela é a grande força do filme. Seus olhos falam, seu rosto suplica, sofre, chora e grita em desespero ao perceber a ameaça sobre seu filho. É visceral, verdadeira, chocante e muito intensa a interpretação desta maravilhosa atriz que interioriza a angústia da mãe com perfeição.
Enfim, “O Chamado” figura como um dos grandes filmes de Terror de toda a História – ao lado de “O Exorcista”, “A Profecia”, O Iluminado”, “O Bebê de Rosemary”, “Carrie, a Estranha”, “O Sexto Sentido” , e por aí vai!
Neste filme é terminantemente proibido deixar o celular ligado – não tanto por atrapalhar a sessão, mas porque antes de terminar a primeira hora de filme ele pode tocar com o seguinte recado “.....7 days!”. Aí estamos ferrados! Obra-prima! Nota 10,0!