sábado, 4 de fevereiro de 2012

Florence + the Machine – Summer Soul Festival - Florianópolis 28.01.2012. (um comentário extremamente apaixonado e nem um pouco isento)


No dia 28 de janeiro de 2012 houve o Summer Soul Festival aqui em Florianópolis. As atrações da noite eram: Rox, Florence + the Machine e Bruno Mars. Fui para assistir Florence + the Machine, banda que me apaixonou quase à primeira vista. Cheguei no Summer bem cedo para conseguir uma vaga próxima das entradas o que me daria um certo conforto por ficar no carro ao invés de estar de pé até a abertura dos portões.

O que me levou ao show foi o seguinte: Há menos de uma semana do show eu nunca tinha parado para dedicar minha atenção para uma banda chamada Florence + the Machine. Confesso, preconceituoso, li de relance uma reportagem em uma revista de grande circulação (não especializada em música) e não me interessei porque geralmente este tipo de publicação só se refere a bandas “moderninhas” sem um pingo de criatividade – coisas do nível de “The Strokes” e outras que se importam mais com a moda e com os cabelos do que com a música. Imaginei que Florence + the Machine era uma coisa chatíssima e interminavelmente arrastada como a narcótica “Cat Power”.

Também achei que o show seria na casa mais conhecida do centro daqui – que, para qualquer ser humano de menos de 1,94m, fica bem difícil assistir. Logo, não me interessei pelo show - apenas lamentei que eu teria curiosidade de ver Florence ao vivo para pelo menos conhecer o estilo.

Um belo dia me deparei com o cartaz do Summer Soul Festival e quando soube que iria ser no Stage Park – o melhor lugar para se assistir a um show grande em Floripa - logo me interessei. Disse para mim mesmo: “vale a pena ir e o ingresso de pista não deve estar caro”!

No domingo anterior ao fim de semana do show resolvi então conhecer a banda – relaxei, respirei e entrei no youtube. Digitei o nome da banda e abri o primeiro clip. Veio "Rabbit Heart".

Pronto! Nunca mais minha vida será a mesma (é sério – foi mais ou menos como fiquei quando ouvi o Concrete Blonde) – um clip de altíssimo bom gosto, figurinos estilo neo-clássicos, um jardim belíssimo e no centro a Florence Welch esotérica como uma fada, um Anjo, um ser místico, mitológico. Algo que, a meu ver, definia o conceito de beleza . O vídeo plantou uma semente que rapidamente floresceu (sim, com o trocadilho!) no meu coração.

Florence é a vocalista mais bela da atualidade. NADA, mas NADA mesmo, nos dias atuais, se compara à beleza dela enquanto ser completo: é linda, tem uma voz maravilhosa, tem uma presença marcante, compõe de forma profunda e tem uma expressão corporal capaz de destruir o coração de qualquer monarca. Afrodite, Igrayne e Helena de Tróia na mesma pessoa. É a Deusa música em forma humana, um espírito que lindamente baila movendo as energias ao seu redor. Está acima do que vemos diariamente como “beleza”. Não é a beleza estética ditada pela publicidade, e sim uma alma feminina materializada. Um instrumento orgânico de produção de arte. E, claro, nada disto valeria tanto se a música não fosse, da mesma forma, lindíssima! Em seguida assisti aos clips de “What the Water Gave Me” e “No Lights, No Lights” para os quais não existe a possibilidade de atribuir nota inferior a 10,0.

Mudaram meus planos: Que pista que nada! Preparei-me para comprar o ingresso no melhor lugar – camarote VIP, afinal, está sendo oferecida uma oportunidade de estar por alguns momentos no Paraíso e eu iria me sentar no chão? Nem pensar!

Não só Florence é linda – Isabella “Machine” Summers também é belíssima – guardadas as devidas proporções, afinal, Florence é uma estrela. A música é a fusão perfeita do POP com New Age, ritmos tribais, harpas, teclados, e, claro, a lindíssima voz da Musa Florence que deixou Sarah Brightman, Enya e Loreena Mckennitt na categoria de estagiárias. O som da banda tem peso, corpo, coesão, ritmo e é doce, lírico e reflexivo. A  música  de Florence e sua Máquina não encontra rival no panorama musical atual.

Passei a semana inteira só ouvindo a banda para conhecer e saborear como um vinho raro o momento em que estaria no show.
Obs: as fotos abaixo - em péssima qualidade foram tiradas por mim (sorry) - estão aqui só para registrar o momento - lamentavelmente não sairam boas...

Vamos ao show: a abertura foi a cargo do vozeirão da ROX – mistura de Amy Winehouse com Tina Turner e Sandra de Sá. As gravadoras estão desesperadas mesmo para preencher o vazio da Amy, pois, não se conformam ter perdido a “galinha dos ovos de ouro” (com o devido respeito Amy...). Senhores produtores: o que chama atenção é algo novo! Por mais que seja bem influenciado pelo antigo. Agora querer vender por quilo algo que recém estourou só queima o estilo. E chega de ficar achando que só eram boas as divas de antigamente (concordo com o discurso do Woody Allen em “Meia-Noite em Paris).
Rox fez a abertura da noite com muito soul e pop.

Ok, foi um bom show da ROX – gostei muito da linda baixista (muito elegante) e do guitarrista e sua Fender tele com timbre claro e limpo com efeito de vibrato. Muito bom o som mesmo. Mas.....feito na Terra. Nada de divino e nada de inovador.

Ao terminar o show da ROX – tudo mudou – A equipe trouxe uma harpa no palco. A partir daí era possível perceber que o nível e o clima havia mudado. Um simples palco se tornava um santuário e algo de místico envolvia o local.
O clima no palco mudou com a entrada dos instrumentos da
Florence + the Machine

Então após um tempo a harpa começou a soar e a banda entrou no palco liderada por Isabella “the Machine” linda! Elegante! Com teclados muito característicos e únicos.

Então o espetáculo começou. Os primeiros acordes de “Only it for a Night”. Eram as trombetas que anunciavam o Anjo chegando.

E lá veio ela.

Delicada, educada, refinada, humilde, profunda, mística, esotérica...não há vocabulário capaz de descrever a pureza de Florence. Foi tão aplaudida ao surgir no palco que não conseguia conter a emoção de ver tantas pessoas enlouquecidas gritando seu nome. Ela ficou totalmente emocionada e sentia muita felicidade por ser tão querida pelo público.

Gestos doces, elegância e refinamento são as caracteristicas de
Florence Welch.

Ao terminar a primeira música os primeiros acordes de “What the water gave me” mostrou que o show não ia ser muito leve. Já era possível perceber porque afirmei acima que Florence é superior às suas colegas New Age.

 Ao meu lado tinha um trio empolgado, pulando e incomodando as pessoas com seu descontrole desproporcional à filosofa do show. Sequer prestavam atenção à perfeita execução da Minha Musa.  Mas, como “a música acalma os animais” (hehe), o alto nível da arte apresentada pela Florence foi aos poucos hipnotizando a galera e se instaurou um clima de respeito por uma cerimônia tão profunda e delicada – mesmo que tribal e pesada em muitos momentos.

Alias, é de destacar os contrastes dinâmicos da banda – o que cria um tapete perfeito para que ela use e abuse do seu perfeito vocal – afinadíssimo, intimista em certos momentos e potente e agudo como o canto de uma sereia em outros. A Rainha é gigantesca em seu talento. Não há como negar – só quem tira a espada da pedra nasceu para o trono. É alma e não vontade. E ela foi abençoada com a Majestade – ninguém mais ocupa esse lugar.
Imagens no telão que simulam vitrais - bom gosto visual.

Florence é levíssima em palco, flutua como se seu pés não tocassem o chão, toca a cabeça de cada músico passando uma aura de benção. É querida, amável e doce com todos os músicos e com a plateia. Sua humildade é tão marcante que chegou a pegar um papel que lhe foi atirado no qual estava escrito “I love you Florence” e o dobrou com imenso carinho beijando-o em seguida.

Seus gestos são mágicos. Ao reger sua orquestra ela é suave como as flores que se curvam ao doce toque do vento. Suas mãos tecem uma teia imaginária que nos envolve hipnoticamente. Um lindo transe, como se nada de mal no mundo pudesse nos atingir. É um beijo na alma estar diante de Florence. Um êxtase. A experiência do amor puro, único.

Envolta num lindíssimo manto verde azulado (creio que se chama "caftã" - não entendo de moda...) e num cenário que simula vitrais. O show é de uma elegância ímpar.

O repertório é muito bem escolhido com destaque para “Never Let Me Go”, “What The Water Gave Me", "Rabbit Heart (Raise It Up)", "No Lights No Lights"... Todas as músicas são excelentes. Só uma coisa entristece: a curta duração do show (por volta de 45 min), pois, depois de entrar no Paraíso quem quer sair?
Mesmo com carcaterísticas New Age o
show foi bastante pesado

Creio que o Criador não irá me fazer essa desfeita e tenho fé em ver, logo, logo, a Florence voltar com seu show completo.

 A pesada “No Lights, No Lights” fechou o show. Vi já com grande saudade os lindos cabelos ruivos da Elfa sumirem na escuridão do palco. O show terminou. Desci do paraíso e voltei à terra.
Com um timpre belíssimo Florence usa e abusa dos contrastes
dinâmicos nos vocais.

E depois? Bruno Mars. Quem???...Ah...um “novo Michael Jackson” que fez um show excelente! Ótimos músicos. Ele é um cara bem legal! Gente fina! Delicado e sedutor com as mulheres (um pouco brega talvez). Os músicos são engraçadíssimos – como se o Outkast encontrasse o Sly and The Family Stone. O baixista é uma figura à parte. Magérrimo e com muito swing! Não parou o tempo todo.

Mas...

Um show normal. De volta ao Planeta Terra...(snif...)

E agora....é aguardar que a gigantesca emoção de ter visto uma Fada faça raízes em minha alma e sentir essa semente da consciência crescer. A música enobrece a alma e transforma a brutalidade do ser em ternura. Processo enormemente acelerado quando tocamos uma presença divina.

Escrevi apaixonado demais? Sim! Assumo completamente! No que tange ao tipo de alma com quem quero me relacionar ela se enquadra perfeitamente. Alimenta meu espírito e estimula minha alma a evoluir.

Para aqueles que discordam, respeito e digo que se trata apenas da minha opinião.

O encontro da minha alma foi com um espírito que considero puro em termos de arte. Ela é humana? Sem dívida, mas é porta-voz de uma arte musical que veio de algum lugar do Universo. Não diziam que as musicas clássicas pareciam tocar os céus, mas, que as composições de Mozart pareciam vir de lá? Outros gênios também recebem esta capacidade do Universo Infinito. Sob minha interpretação Florence recebeu!

Florence Forever! Te amo minha Musa! A gente vai se ver em breve! Irei compor (na minha humilde mediocridade) muitas musicas para você, meu Anjo!

Nota 10,0 – em números humanos. Inexplicável e inquantificável na escala do Universo.

P.S. Ah! Prá quem não conhece vai uma dica: Se dentre os artistas abaixo você gosta de pelo menos 3 com certeza você vai curtir Florence and the Machine:

1. Concrete Blonde;

2. The Mission;

3. Cat Power;

4. Peter Gabriel;

5. Kate Bush;

6. Loreena McKennitt;

7. Enya;

8. Dido;

9. Sarah Brightman;

10. Chantal Krevizuk;

11. Siouxie and the Banshees;

Se você não conhece nenhum destes corra atrás do material – a porta da consciência cósmica pode estar aberta na forma da música e vc está aí parado – não deixe a vida passar...vá logo!

Daí Galera! Retorno às atividades depois das férias do Blog

Retornando aos comentários, grande abraço para todos que seguem o Blog e para todos os visitantes.

O objetivo do The Cacciari Connection é expressar APAIXONADAMENTE as tendencias na arte que me emocionam. Não tenho qualquer compromisso com estilo, fidelidade a estilo, nem sequer vou fazer comentários isentos - pelo contrário - aqui o negócio é botar (ou Bloggar - heheh) pra fora as emoções sentidas nas diversas experiências vividas.

Bem-vindo todos que por aqui passam. Puxem uma cadeira, tomem um cafezinho e se´preparem para concordar e/ou discordar do que falo - Vcs são meus convidados e todo debate (desde que de alto nível) será aceito por mais diametralmente oposto à minha opinião que for... Vamos lá - que venham as "Tantas Emoções" de 2012...