Já conheço o trabalho da Katy
Perry há alguns anos – meu primeiro contato foi com o polêmico clip
pseudo-lésbico de “I kissed a girl” e, de imediato percebi três coisas: ela é
impressionantemente linda e carismática, a música é muito bem concebida e o
timbre da voz da moça é delicioso – puxado para o rouco e com a delicadeza e
suavidade necessárias para o estilo.
Sempre que nos deparamos com
alguém que teve um sucesso meteórico temos a tendência de afirmar que: “é
produto da mídia”, “é empulhação”, “ela não canta nada, não compõe, só chega no
palco e canta” , “há uma banda profissional contratada para a parte musical e
se ela não é boa ninguém percebe”. Ok, existem casos (como Britney Spears) em que
realmente falta voz, mas não é o caso da Perry, que esbanja talento ao desfilar
no seu palco “Terra dos Doces”.
Depois que assisti aos vídeos de
“Land of Confusion” e “Invisible Touch” do Genesis (sem comparação com a Katy,
claro) aprendi que temos que buscar a construção melódica e harmônica que há
por trás de uma música, pois, muitas vezes a embalagem Pop oculta grandes
melodias e cadências harmônicas.
No caso de uma Estrela de Grande
Porte e queridinha dos adolescentes, nos esquecemos que para chegar ao topo todo artista sofre,
trabalha, compete, luta para impor sua identidade pessoal e musical e se
decepciona inúmeras vezes e, aqueles que não “aguentam o tranco” não chegam ao
final da escalada. As grandes estrelas são de carne e osso como nós, sofrem, se
estressam, entram em crises e passam por muitas situações bem difíceis, mas, o
que chega até nós enquanto público é apenas a embalagem final.
Mas vamos ao filme:
As mais lindas cenas do show são com iluminação mais "dark" - Katy lembra a Mulher-Gato. |
Primeiro a forma:
Kate é realmente uma bela mulher!
Tem um vozeirão mesmo! As cenas de palco
são belíssimas (sim, são bem melhores que as do Rock in Rio e o show é bem mais
gigantesco do que o que aterrissou na “Cidade Maravilha”). Os trechos ao vivo
quando assistidos em 3D e com Dolby Surround são impressionantes. É empolgante ver
o show da moça no telão. O palco, nos momentos mais “dark” em que os tons
escuros dominam (coisa que não teve aqui no RIR), fica magnífico.
Depois o conteúdo:
Anos de trabalho para chegar a ser notada pelas gravdoras |
Katy é uma mulher de fibra!
Sofreu o diabo para aparecer no show business. Não foi fabricada. O filme
revela em detalhes quantas vezes ela foi rejeitada pelas gravadoras e as
inúmeras vezes em que, mesmo com o aval do grande Glen Ballard (produtor e co-autor das
melhores músicas da Alanis) não se curvaram ao talento da moça buscando rotulá-la como tantas outras. Katy
Compõe mesmo! Só estourou no momento em que não se deixou manipular. É feia
quando acorda (acreditem, ela é humana e pode ser feia como qualquer um de nós
ao sair da cama)! E sofre mesmo quando Russell Brand dá um fora na moça. Katy chora de
emoção (honestamente mesmo!) quando os fãs prestam homenagem em uníssono no
Brasil e quando recebe os fãs no camarim é muito simpática.
Katy e....quem será? |
Aliás, a homenagem que ela presta
à Alanis é excelente – realmente a Musa de Ottawa influenciou muitas gerações e
continua influenciando.
É até surpreendente que uma criança chegue ao camarim e diga que sua música preferida da Perry é a lindíssima "Pearl".
Momentos sem maquiagem mostram o lado humano da cantora |
Fica uma lição de vida: trabalhe
sério pelo que você quer. O sucesso não vem de graça e acontece gradativamente
(e não do dia para a noite). O que vem de forma instantânea é a exposição da
pessoa e do seu trabalho ao público. Mas tudo que chegou nesse nível passou por
anos de preparação e é assim com tudo na vida (profissão, amor, maturidade...).
A bela irmã Angela Hudson |
Então, “Part of Me” expõe duas
frentes: a Kate gigantesca, excelente cantora e compositora. E a Perry fragilizada,
delicada e melancólica.
Pontos positivos: ora, todo o
filme, que não deixa a peteca cair, o impressionante palco e o desenho de
iluminação, ambos espetaculares. O 3D é ótimo!
Katy prepara um sorriso após ter ido às lágrimas |
Ponto negativo: muitas partes
do filme são em 2D (não entendi porque não tentarem pelo menos converter...)
Ponto para Katy que acreditou no
seu trabalho e chegou lá. O resultado está no palco! Nota: 8,5 parabéns Perry, valeu o trabalho!