segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Katy Perry – Part of Me (3D). Trabalho, crises e lágrimas nos bastidores da “Terra dos Doces”.


Já conheço o trabalho da Katy Perry há alguns anos – meu primeiro contato foi com o polêmico clip pseudo-lésbico de “I kissed a girl” e, de imediato percebi três coisas: ela é impressionantemente linda e carismática, a música é muito bem concebida e o timbre da voz da moça é delicioso – puxado para o rouco e com a delicadeza e suavidade necessárias para o estilo.
Sempre que nos deparamos com alguém que teve um sucesso meteórico temos a tendência de afirmar que: “é produto da mídia”, “é empulhação”, “ela não canta nada, não compõe, só chega no palco e canta” , “há uma banda profissional contratada para a parte musical e se ela não é boa ninguém percebe”. Ok, existem casos (como Britney Spears) em que realmente falta voz, mas não é o caso da Perry, que esbanja talento ao desfilar no seu palco “Terra dos Doces”.
Depois que assisti aos vídeos de “Land of Confusion” e “Invisible Touch” do Genesis (sem comparação com a Katy, claro) aprendi que temos que buscar a construção melódica e harmônica que há por trás de uma música, pois, muitas vezes a embalagem Pop oculta grandes melodias e cadências harmônicas. 
No caso de uma Estrela de Grande Porte e queridinha dos adolescentes, nos esquecemos que  para chegar ao topo todo artista sofre, trabalha, compete, luta para impor sua identidade pessoal e musical e se decepciona inúmeras vezes e, aqueles que não “aguentam o tranco” não chegam ao final da escalada. As grandes estrelas são de carne e osso como nós, sofrem, se estressam, entram em crises e passam por muitas situações bem difíceis, mas, o que chega até nós enquanto público é apenas a embalagem final.
Mas vamos ao filme:
As mais lindas cenas do show são com iluminação mais
"dark" - Katy lembra a Mulher-Gato. 
Primeiro a forma:
Kate é realmente uma bela mulher! Tem um vozeirão mesmo! As cenas de palco são belíssimas (sim, são bem melhores que as do Rock in Rio e o show é bem mais gigantesco do que o que aterrissou na “Cidade Maravilha”). Os trechos ao vivo quando assistidos em 3D e com Dolby Surround são impressionantes. É empolgante ver o show da moça no telão. O palco, nos momentos mais “dark” em que os tons escuros dominam (coisa que não teve aqui no RIR), fica magnífico. 
Depois o conteúdo:
Anos de trabalho para chegar a ser notada pelas gravdoras
Katy é uma mulher de fibra! Sofreu o diabo para aparecer no show business. Não foi fabricada. O filme revela em detalhes quantas vezes ela foi rejeitada pelas gravadoras e as inúmeras vezes em que, mesmo com o aval do grande Glen Ballard (produtor e co-autor das melhores músicas da Alanis) não se curvaram ao talento da moça buscando rotulá-la como tantas outras.  Katy Compõe mesmo! Só estourou no momento em que não se deixou manipular. É feia quando acorda (acreditem, ela é humana e pode ser feia como qualquer um de nós ao sair da cama)! E sofre mesmo quando Russell Brand dá um fora na moça. Katy chora de emoção (honestamente mesmo!) quando os fãs prestam homenagem em uníssono no Brasil e quando recebe os fãs no camarim é muito simpática.
Katy e....quem será?
Aliás, a homenagem que ela presta à Alanis é excelente – realmente a Musa de Ottawa influenciou muitas gerações e continua influenciando.
É até surpreendente que uma criança chegue ao camarim e diga que sua música preferida da Perry é a lindíssima "Pearl".   
Momentos sem maquiagem mostram o lado
humano da cantora
Fica uma lição de vida: trabalhe sério pelo que você quer. O sucesso não vem de graça e acontece gradativamente (e não do dia para a noite). O que vem de forma instantânea é a exposição da pessoa e do seu trabalho ao público. Mas tudo que chegou nesse nível passou por anos de preparação e é assim com tudo na vida (profissão, amor, maturidade...).
A bela irmã Angela Hudson
Então, “Part of Me” expõe duas frentes: a Kate gigantesca, excelente cantora e compositora. E a Perry fragilizada, delicada e melancólica. 
Pontos positivos: ora, todo o filme, que não deixa a peteca cair, o impressionante palco e o desenho de iluminação, ambos espetaculares.  O 3D é ótimo! 
Katy prepara um sorriso após ter ido às lágrimas
Ponto negativo: muitas partes do filme são em 2D (não entendi porque não tentarem pelo menos converter...) 

Ponto para Katy que acreditou no seu trabalho e chegou lá. O resultado está no palco!  Nota: 8,5 parabéns Perry, valeu o trabalho!