domingo, 30 de outubro de 2011

UFO - The Visitor. Os senhores do Hard Rock mostram que ainda sabem fazer grandes melodias.


UFO – the Visitor
O UFO continua na ativa. Não preciso mais falar do grande apreço que tenho pelo grupo inglês – já que no comentário do disco “Obsession” esgotei os elogios genéricos ao grupo. Estou aqui comentando o mais recente álbum deles. Trata-se de uma obra mais leve do que o UFO costuma fazer, mas, nem por isso sem o padrão de qualidade da banda britânica.
O UFO está com a mesma formação já há um bom tempo – creio que 10 anos aproximadamente. Porém, 75% do grupo é formado pelo time original, dos primórdios de sua existência. O som mudou um pouco, as guitarras foram atualizadas por conta do virtuoso Vinnie Moore, guitarrista de mão cheia (o UFO, tal qual Ozzy Osbourne, sempre contou com “mestres” das 6 cordas) o que faz com que a banda seja objeto de interesse dos guitarristas mais novos, que, aqui encontram um casamento perfeito entre o uso da técnica atual com a essência musical dos veteranos rockeiros.

Porém, “The Visitor” é um disco relativamente “morno”. Belo em suas melodias, mas carece um pouco de momentos de ápice. O disco sucedeu o anterior “The Monket Puzzle” que trazia uma proposta mais “Heavy”. Aqui o UFO ameniza sua força, mas, mantém a capacidade melódica pela qual é conhecido.
A obra abre com um belo solo de slide guitar seguido de uma passagem acústica. A voz de Phil Mogg continua perfeita! É uma boa introdução. Peso na medida certa. O baterista Andy Parker, como poucos, segura o ritmo com o coração de que uma boa banda necessita. Na segunda faixa, “Saving me” o UFO demonstra que ainda é uma das bandas que melhor confere “alma” aos seus trabalhos.

Destaco o trabalho de timbragem das guitarras – limpas e pesadas. Os harmônicos do instrumento não sofrem qualquer achatamento com o uso da distorção, como ocorre em muitos trabalhos lançados atualmente que soam magros e sem vida.

O disco segue apresentando temas de qualidade impecável. Os temas são bem cantáveis, porém, como já dito, carece um pouco de pique e um andamento mais veloz.  

A lentinha “Forsaken” é apenas razoável. A faixa mais fraca do disco. O UFO é conhecido por suas musicas românticas e lindas, mas, “Forsaken” não faz jus à reputação da banda. Se fosse necessário remover alguma música do disco com certeza seria esta.

Perfeita mesmo é “Stranger in Town” que fecha o disco demonstrando que a melhor banda do planeta (em minha opinião) ainda tem gás para fazer um respeitável disco.

Ritmo, peso, rock’n roll cru. É assim que se faz! Lamento a ausência do UFO no Rock In Rio na mesma noite do Motorhead. Seria uma grande oportunidade de oferecer à platéia uma ótima pós-graduação em hard rock. Para quem não conhece o que houve na década de 70 já seria o suficiente para afirmar: “já estive em um show de rock”.

Enfim, “The Visitor” não se inclui entre as obras primas do UFO. Lembra a fase dos álbuns “Mechanix” e “Making Contact”, mas, com suas belas melodias e, diante do panorama atual, qualquer trabalho da banda vale 10 vezes mais do que a compra de muita coisa nova que está nas prateleiras. O disco pode não ser tão pesado e agressivo como o excelente e anterior “The Monkey Puzzle”, mas, demonstra bem o que acontece quando os senhores do hard rock resolvem pegar seus instrumentos e aplicar uma lição aos moleques de hoje em dia. Nota: 7,5!

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