sábado, 1 de fevereiro de 2014

Álbum de Família: Elenco excelente em história que remove as cores das lembranças passadas.

ÁLBUM DE FAMÍLIA: Ok, "Álbum de Família" está concorrendo a alguns Oscar (Atriz - Meryl Streep e Atriz Coadjuvante - Julia Roberts). Ok, fui assistir. Ok, não estava com a menor vontade de ver um filme que (eu achava que) trata de "probleminhas familiares" com um elenco escolhido a dedo e que possivelmente iam encenar um "filmezinho aguinha com açúcar" sobre "probleminhas comuns" (estilo revistinhas "Bianca" e afins - ou seja Pulp fiction românticas)! Novelão enfim! 

E sabe o que houve? Fiquei apavorado com a densidade do filme! Não é nada do que eu esperava - problemas sérios, gravíssimos, pesados e personagens mais do que tridimensionais - complexos e carregados de verossimilhança. Ao iniciar a projeção eu estava um verdadeiro "Aborrescente" - com aquela famosa "cara de tédio". Mas, aí, entra em cena a Sra. Meryl Streep - e a coisa mudou. 

Percebi que o filme ia pesar (sem spolilers né gente?), mas, mesmo assim, imaginei que ia seguir o padrão Hollywood - melodrama carregado de compaixão. Mais uma vez me enganei - a depressão se instala a cada cena. Fortíssimo retrato de uma família com sérios problemas. 

O elenco é excelente - Meryl Streep (como sempre) dá um show. Chris Cooper é impressionante. A veterana e espetacular Margo Martingale é maravilhosa (tenho acompanhado esta excelente atriz desde "Paris te Amo" onde ela protagoniza a história mais linda). Adorei Juliette Lewis e até Julia Roberts (que confesso que não sou nenhum fã dela - salvo "O Casamento do Meu Melhor Amigo") está muito bem - MESMO! Julianne Nicholson me surpreendeu (é dela uma das mais belas cenas do filme - em que dirige o carro emocionadíssima - e isto não é um spolier - a complexidade é grande). Só achei fracos: Ewan McGregor, Dermot Mulroney, Benedict Cumberbatch e Abigail Breslin - pois seus personagens não têm grande evidência (posso ter me enganado neste comentário - mas vamos ver o filme mais uma vez...).

O que eu não sabia (passou despercebido) é que se tratava de uma adaptação de uma peça de teatro - mas pude perceber pela movimentação cênica de Meryl Streep que era de fato Teatro filmado (em especial uma das últimas cenas onde ela senta numa escada - percebemos a posição de teatro na sua colocação espacial). 

Maravilhosamente dirigido por John Wells (que eu desconhecia) é uma obra de arte que pode enganar pelo título, afinal, álbuns de família são geralmente formados de boas lembranças. Aqui não! Se esta foto fosse constar em um álbum, este deveria ser trancado e esquecido, pois, remoer o passado pode ser uma experiência traumática, o que tiraria as cores das lembranças, exatamente como as cores do filme - pesadas, pardas e tristes - refletindo a dor e angústia daquelas almas. Nota 10,0! 



 

Um comentário:

  1. Bom ver minha atriz favorita Juliette Lewis voltando a ativa novamente...

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