ÁLBUM DE FAMÍLIA: Ok, "Álbum de
Família" está concorrendo a alguns Oscar (Atriz - Meryl Streep e Atriz Coadjuvante - Julia Roberts). Ok, fui assistir. Ok, não estava
com a menor vontade de ver um filme que (eu achava que) trata de
"probleminhas familiares" com um elenco escolhido a dedo e que
possivelmente iam encenar um "filmezinho aguinha com açúcar" sobre
"probleminhas comuns" (estilo revistinhas "Bianca" e afins
- ou seja Pulp fiction românticas)! Novelão enfim!
E sabe o que houve? Fiquei
apavorado com a densidade do filme! Não é nada do que eu esperava - problemas
sérios, gravíssimos, pesados e personagens mais do que tridimensionais -
complexos e carregados de verossimilhança. Ao iniciar a projeção eu estava um
verdadeiro "Aborrescente" - com aquela famosa "cara de
tédio". Mas, aí, entra em cena a Sra. Meryl Streep - e a coisa mudou.
Percebi que o filme ia pesar (sem spolilers né gente?), mas, mesmo assim,
imaginei que ia seguir o padrão Hollywood - melodrama carregado de compaixão.
Mais uma vez me enganei - a depressão se instala a cada cena. Fortíssimo
retrato de uma família com sérios problemas.
O elenco é excelente - Meryl
Streep (como sempre) dá um show. Chris Cooper é impressionante. A veterana e
espetacular Margo Martingale é maravilhosa (tenho acompanhado esta excelente
atriz desde "Paris te Amo" onde ela protagoniza a história mais
linda). Adorei Juliette Lewis e até Julia Roberts (que confesso que não sou
nenhum fã dela - salvo "O Casamento do Meu Melhor Amigo") está muito
bem - MESMO! Julianne Nicholson me surpreendeu (é dela uma das mais belas cenas
do filme - em que dirige o carro emocionadíssima - e isto não é um spolier - a
complexidade é grande). Só achei fracos: Ewan McGregor, Dermot Mulroney,
Benedict Cumberbatch e Abigail Breslin - pois seus personagens não têm grande
evidência (posso ter me enganado neste comentário - mas vamos ver o filme mais
uma vez...).
O que eu não sabia (passou despercebido) é que se tratava de uma
adaptação de uma peça de teatro - mas pude perceber pela movimentação cênica de
Meryl Streep que era de fato Teatro filmado (em especial uma das últimas cenas
onde ela senta numa escada - percebemos a posição de teatro na sua colocação
espacial).
Maravilhosamente dirigido por John Wells (que eu desconhecia) é uma
obra de arte que pode enganar pelo título, afinal, álbuns de família são
geralmente formados de boas lembranças. Aqui não! Se esta foto fosse constar em
um álbum, este deveria ser trancado e esquecido, pois, remoer o passado pode
ser uma experiência traumática, o que tiraria as cores das lembranças, exatamente
como as cores do filme - pesadas, pardas e tristes - refletindo a dor e
angústia daquelas almas. Nota 10,0!
Bom ver minha atriz favorita Juliette Lewis voltando a ativa novamente...
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