HIGHLANDER - O GUERREIRO IMORTAL:
Assim que terminei de assistir "Nosso Amor de Ontem" fiz um pequeno
lanchinho e iniciei uma nova sessão - assistir HIGHLANDER - O GUERREIRO
IMORTAL. Pérola dos anos 80 com Chistopher Lambert, músicas do Queen, e direção
do genial diretor australiano Russell Mulcahy (responsável por clips de Duran
Duran, Kim Carnes e do próprio Queen - entre outros).
Em plenos anos 80 (por
volta de 1985) uma revolução aconteceu na minha vida (e de todos que curtiam
Cinema e TV) O vídeo-Cassete entrou definitivamente nas casas. Logo as
locadoras estavam cheias de filmes (na época - muitos piratas) e a revista Set
começou a ser editada. Consequentemente comecei a entender mais de cinema e não
só ser um espectador que tentava descobrir os segredos da sétima arte!
Porque
estou falando isto? Ora, meu diretor favorito (claro - fora Kubrick, Coppola e
Scorsese) na época da minha "descoberta da técnica" foi Mulcahy -
Assisti várias vezes o hoje raríssimo "Razorback - Garras do Terror"
e depois "Highlander" e fiquei alucinado com as imagens que o cara
produzia: iluminação com lâmpadas par (estilo show de rock), travellings
aéreos, água caindo, fog, contraluz...e uma montagem espetacular. Recomendo a
quem quer se iniciar na estética do Cinema a estudar Highlander e, se puder,
Razorback - dois workshops de técnica muito didáticos, afinal, todas a virtuose
é justificável (as faíscas saem porque houve de fato um curto-circuito, a água
cai porque uma caixa dágua foi atingida...) nada está apenas visualmente no
local, são consequências lógicas do ambiente.
Bem, mais algumas palavras sobre
o filme: os atores são sofríveis - fora Sean Connery e o genial vilão Clancy
Brow (magnífico), Lambert está horroroso e Roxanne Hart e os policiais são
terríveis - totalmente sessão-da-tarde. As cenas medievais são exageradas e
sinfônicas demais. Erros brutais de estética (ora, num duelo em plena França da
época romântica a música é um cravo barroco com contraponto estilo
renascentista!?!).
Mas tudo bem - desligamos o senso crítico e aproveitamos
esta maravilha em termos de aventura com ritmo impecável e efeitos especiais de
primeira (lembrem - anos 80 - a cena que Campanella fez num jogo em "O
Segredo de Seus Olhos" com computação gráfica Mulcahy já tinha feito aqui
na abertura do filme sem efeitos digitais...). E a cena mais linda do filme é o
romance central de McLeod e Heather ao som da linda "Who Wants to Live
Forever" do Queen - de rolar lágrimas! Lágrimas de bárbaro - de macho -
bem ao estilo Conan (e muito honestas).
Uma perfeição de acordo com a época.
Saudades dos anos 80 - de Flashdance a Hellraiser - iluminação de show de rock
e montagem de videoclips - estética abandonada hoje em função do
neo-neo-realismo. Mas com charme irresistível! Para ver e rever de tempos em
tempos - e quem viveu que se emocione, pois, as coisas tem que acabar - afinal
quem quer viver para sempre? Mas uma espiadinha no passado é sempre bem-vinda!
Nota 8,0! (ah - e em termos de técnica de roteiro é excelente)
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