sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Highlander - Ótimo filme de aventura dos anos 80 é um excelente workshop de técnica cinematográfica

HIGHLANDER - O GUERREIRO IMORTAL: Assim que terminei de assistir "Nosso Amor de Ontem" fiz um pequeno lanchinho e iniciei uma nova sessão - assistir HIGHLANDER - O GUERREIRO IMORTAL. Pérola dos anos 80 com Chistopher Lambert, músicas do Queen, e direção do genial diretor australiano Russell Mulcahy (responsável por clips de Duran Duran, Kim Carnes e do próprio Queen - entre outros). 

Em plenos anos 80 (por volta de 1985) uma revolução aconteceu na minha vida (e de todos que curtiam Cinema e TV) O vídeo-Cassete entrou definitivamente nas casas. Logo as locadoras estavam cheias de filmes (na época - muitos piratas) e a revista Set começou a ser editada. Consequentemente comecei a entender mais de cinema e não só ser um espectador que tentava descobrir os segredos da sétima arte! 

Porque estou falando isto? Ora, meu diretor favorito (claro - fora Kubrick, Coppola e Scorsese) na época da minha "descoberta da técnica" foi Mulcahy - Assisti várias vezes o hoje raríssimo "Razorback - Garras do Terror" e depois "Highlander" e fiquei alucinado com as imagens que o cara produzia: iluminação com lâmpadas par (estilo show de rock), travellings aéreos, água caindo, fog, contraluz...e uma montagem espetacular. Recomendo a quem quer se iniciar na estética do Cinema a estudar Highlander e, se puder, Razorback - dois workshops de técnica muito didáticos, afinal, todas a virtuose é justificável (as faíscas saem porque houve de fato um curto-circuito, a água cai porque uma caixa dágua foi atingida...) nada está apenas visualmente no local, são consequências lógicas do ambiente. 

Bem, mais algumas palavras sobre o filme: os atores são sofríveis - fora Sean Connery e o genial vilão Clancy Brow (magnífico), Lambert está horroroso e Roxanne Hart e os policiais são terríveis - totalmente sessão-da-tarde. As cenas medievais são exageradas e sinfônicas demais. Erros brutais de estética (ora, num duelo em plena França da época romântica a música é um cravo barroco com contraponto estilo renascentista!?!). 

Mas tudo bem - desligamos o senso crítico e aproveitamos esta maravilha em termos de aventura com ritmo impecável e efeitos especiais de primeira (lembrem - anos 80 - a cena que Campanella fez num jogo em "O Segredo de Seus Olhos" com computação gráfica Mulcahy já tinha feito aqui na abertura do filme sem efeitos digitais...). E a cena mais linda do filme é o romance central de McLeod e Heather ao som da linda "Who Wants to Live Forever" do Queen - de rolar lágrimas! Lágrimas de bárbaro - de macho - bem ao estilo Conan (e muito honestas). 

Uma perfeição de acordo com a época. Saudades dos anos 80 - de Flashdance a Hellraiser - iluminação de show de rock e montagem de videoclips - estética abandonada hoje em função do neo-neo-realismo. Mas com charme irresistível! Para ver e rever de tempos em tempos - e quem viveu que se emocione, pois, as coisas tem que acabar - afinal quem quer viver para sempre? Mas uma espiadinha no passado é sempre bem-vinda! Nota 8,0! (ah - e em termos de técnica de roteiro é excelente)





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