domingo, 26 de janeiro de 2014

O Sétimo Selo - Ingmar Bergman desnuda as incertezas e insanidades da humanidade em grande filme de complexa intrepretação

Bem, acabo de assistir "O Sétimo Selo" do Bergman. Foi uma experiência difícil - é um filme que tem passagens bem monótonas e muitas vezes "soa" como Teatro filmado - o que exige uma concentração diferenciada! Não sei se entendi bem a proposta, pois, sempre imaginei que se passava no jogo de xadrez (não vou comentar muito para não das Spoliers), mas há intervalos entre as jogadas o que me fez estranhar a narrativa, haja vista que pensei que a linha temporal estava quebrada. 

Também achava que o filme se fixava no personagem de Max Von Sidow e creio que não, e sim em um grupo de pessoas que representa a humanidade como um todo e sua insanidade. Em suma, Bergman usa imagens lindas (e carregadas de significado) para conflitar o desepero humano com a possibilidade real e próxima da chegada da morte. Os personagens são apresentados com um misto de ignorância e medo que surgem como defesas para não encarar o derradeiro destino de todo ser humano. 

A dúvida existencial do ser humano (neste caso o personagem de Sidow - que é o que tem mais profundidade e conflitos interiores) é: "como Deus habita meu coração se sequer tenho certeza de sua existência". Neste palco Bergman desnuda os dogmas católicos, a insanidade da sociedade (sacrifício no fogo e violência do grupo contra um indivíduo) e a intenção de, frente à transitoriedade da existência, buscar apoio no outro e raízes no mundo.

Bergman é difícil de entender, mas a existência de Deus, transioriedade da vida e a incerteza da continuidade pós-morte é bem mais difícil. Nota 9,0 (peca um pouco no ritmo)!



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