Bem, acabo de assistir "O Sétimo
Selo" do Bergman. Foi uma experiência difícil - é um filme que tem
passagens bem monótonas e muitas vezes "soa" como Teatro filmado - o
que exige uma concentração diferenciada! Não sei se entendi bem a proposta,
pois, sempre imaginei que se passava no jogo de xadrez (não vou comentar muito
para não das Spoliers), mas há intervalos entre as jogadas o que me fez
estranhar a narrativa, haja vista que pensei que a linha temporal estava
quebrada.
Também achava que o filme se fixava no personagem de Max Von Sidow e
creio que não, e sim em um grupo de pessoas que representa a humanidade como um
todo e sua insanidade. Em suma, Bergman usa imagens lindas (e carregadas de
significado) para conflitar o desepero humano com a possibilidade real e
próxima da chegada da morte. Os personagens são apresentados com um misto de
ignorância e medo que surgem como defesas para não encarar o derradeiro destino
de todo ser humano.
A dúvida existencial do ser humano (neste caso o personagem
de Sidow - que é o que tem mais profundidade e conflitos interiores) é:
"como Deus habita meu coração se sequer tenho certeza de sua
existência". Neste palco Bergman desnuda os dogmas católicos, a insanidade
da sociedade (sacrifício no fogo e violência do grupo contra um indivíduo) e a
intenção de, frente à transitoriedade da existência, buscar apoio no outro e
raízes no mundo.
Bergman é difícil de entender, mas a existência de Deus, transioriedade da vida
e a incerteza da continuidade pós-morte é bem mais difícil. Nota 9,0 (peca um
pouco no ritmo)!
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