sábado, 21 de julho de 2012

Trainspotting: uma geração muito "contra' e pouca "cultura"!


Interessante porque não foi programado e, sim, coincidência, que essa semana assisti a um filme no mesmo tema de "Na Estarda" - aquele que é considerado o "Laranja Mecânica" dos anos 90 - o maravilhoso "Trainspotting". 

Esta obra lembra a rebeldia de "Na estrada", porém, aqui os personagens não têm qualquer traço de intelectualidade. Ao contrário, como afirma o protagonista no início - a lei aqui é fugir do convencional, mas, para o "mal", para se aproveitar, nem que seja roubando dinheiro ou uma fita de vídeo de um amigo e não devolvê-la mesmo sabendo dos terríveis resultados. 

"Transpotting" me perturbou muito quando assisti. Parece comédia, mas, não é! É um filme terrível em que os personagens têm que conviver com as duras consequências de seus atos. Um grupo de desajustados que se auto-alimentam da própria e estúpida  inconsequência, o que culmina com a impressionante cena do Bebê (que, além de me causar profundo mal-estar quando assisti me perturba até hoje). 

Realmente o filme é a "Laranja Mecânica" dos anos 90. Dirigido pelo genial Danny Boyle (oscarizado por "Quem Quer Ser Um Milionário") e semelhante em muitos aspectos e evocando várias das tomadas do filme de Kubrick (chegando a ser explícito em uma cena que se passa em um bar semelhante ao Milky-Bar Korova) o filme é praticamente todo fotografado em grande angular o que além de causar tontura no espectador, evoca o olhar subjetivo da pessoa drogada (tal qual Kubrick faz em Laranja Mecânica). A procura da droga no vaso sanitário, então, é um primor de Humor-negro. 

Impressionante, perturbador, sempre atual e enormemente artístico, "Trainspotting" é uma das maiores obras do Gênero cinema-drogas. Uma crítica contundente feita com personagens que, como, os de "Na Estrada" buscam o prazer, porém, aqui não há nada de contra-cultura. Neste caso só há o contra! De cultura os delinquentes de "Trainspotting" não têm nada! Nota 10,0!     

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