Interessante porque não foi programado e, sim, coincidência,
que essa semana assisti a um filme no mesmo tema de "Na Estarda" -
aquele que é considerado o "Laranja Mecânica" dos anos 90 - o
maravilhoso "Trainspotting".
Esta obra lembra a rebeldia de "Na
estrada", porém, aqui os personagens não têm qualquer traço de
intelectualidade. Ao contrário, como afirma o protagonista no início - a lei aqui
é fugir do convencional, mas, para o "mal", para se aproveitar, nem
que seja roubando dinheiro ou uma fita de vídeo de um amigo e não devolvê-la
mesmo sabendo dos terríveis resultados.
"Transpotting" me perturbou
muito quando assisti. Parece comédia, mas, não é! É um filme terrível em que os
personagens têm que conviver com as duras consequências de seus atos. Um grupo
de desajustados que se auto-alimentam da própria e estúpida inconsequência, o que culmina com a
impressionante cena do Bebê (que, além de me causar profundo mal-estar quando
assisti me perturba até hoje).
Realmente o filme é a "Laranja Mecânica" dos anos
90. Dirigido pelo genial Danny Boyle (oscarizado por "Quem Quer Ser Um Milionário") e semelhante em muitos aspectos e evocando várias das tomadas do filme de Kubrick (chegando a ser explícito em uma cena que se passa em um
bar semelhante ao Milky-Bar Korova) o filme é praticamente todo fotografado em
grande angular o que além de causar tontura no espectador, evoca o olhar
subjetivo da pessoa drogada (tal qual Kubrick faz em Laranja Mecânica). A
procura da droga no vaso sanitário, então, é um primor de Humor-negro.
Impressionante, perturbador, sempre atual e enormemente artístico,
"Trainspotting" é uma das maiores obras do Gênero cinema-drogas. Uma
crítica contundente feita com personagens que, como, os de "Na
Estrada" buscam o prazer, porém, aqui não há nada de contra-cultura. Neste caso só há o contra! De cultura os delinquentes de "Trainspotting" não têm
nada! Nota 10,0!
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