sábado, 21 de julho de 2012

Shame: uma obra-prima que mostra mais do corpo do que da psique dos personagens.

Outro filme que esta semana me perturbou muito foi o impecável "Shame". 

Impressionante relato de uma personalidade perturbada e obcecada pelo sexo o filme é "seco", "asséptico" e isento de julgamentos. 

Dirigido pelo inglês  Steve McQueen (que nada tem a ver com o ator) o filme capricha na interpretação dos atores. São de parar o coração as interpretações do genial Michael Fassbender e da perfeita Carey Mulligan. Há cenas impecáveis pelo ritmo nas quais o espectador não consegue tirar os olhos da tela. 

Destaco a primeira sedução no trem (o jogo de olhares é magistral), o jantar do personagem de Fassbender com a colega e a impecável cena dele com Mulligan em um sofá fotografada pelas costas dos personagens. Impressionante! Os dois deveriam ter sido indicados para o Oscar e, merecidamente, ganho! 

Respostas é o que o filme não oferece. O público fica sem saber a motivação do personagem, e, por isso falei acima "relato" e, não, "estudo" - nada que se passa pela cabeça dos personagens é revelado e, este enigma é o que torna o filme tão perturbador. 

A crítica reclamou do excesso de nus frontais de Fassbender, mas, as mulheres devem gostar. Por outro lado, pelo menos para nós, homens, há um relance de nu forntal da Carey Mulligan, ainda que em frente ao espelho. 

Entretanto, mesmo desnudando o corpo dos personagens o que se passa pelas suas cabeças permanece oculto. E isso perturba muito mais que a genitália exposta dos atores. Um filmaço! nota 9,0!    

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