Conheço muito por cima os escritores da geração Beatnik. Ainda vou fazer um estudo do movimento e publicar alguma coisa por aqui. O
que conheço vem do filme "Sociedade dos Poetas Mortos". Mas sei que
eles influenciaram toda uma geração na contracultura e o movimento culminou com
os "Hippies".
Bem, fui assistir "Na Estrada" hoje e me surpreendi - nem
tanto com o filme, mas com minhas reações diante da tela. A princípio comecei
achando o filme bem monótono e imaginei que iria ser difícil assistir 2h20
naquele ritmo.
Entretanto, conforme vai passando a "jornada" em busca do prazer
e da liberdade dos personagens, o filme se torna mais e mais interessante, pois, a cada momento os
personagens, liderados pelo carismático e de espírito livre Dean Moriarty,
quebram mais barreiras e destroem os valores da sociedade americana
conservadora. Imagino que, na época do lançamento do livro, deva ter sido uma
verdadeiro escândalo. A aventura deles destaca todo tipo de amor livre, muitas
drogas, viagens em alta velocidade e muitos, mas, muitos cigarros e álcool.
Creio que o personagem Sal (brilhatemente interpretado pelo espetacular Sam
Riley) é o alter-ego do Kerouac. Ele faz o olhar do espectador, que, não entra a fundo nas aventuras de Dean, mas acompanha de perto toda a jornada desde a
expressão da liberdade até as consequências dos seus atos irresponsáveis, destruindo a vida de suas mulheres.
Perfeitamente dirigido por Salles o filme é uma beleza em termos de
interpretação. Os atores estão excelentes, com personalidades profundas e
densos em suas dúvidas paixões e decepções. Neste último quesito saliento
Kirsten Dunst e Kristen Stewart (que cada vez mais se liberta da Bella de
Crepúsculo - graças a Deus, e, aos diretores é claro). Minhas emoções ao
assistir foram quase opostas (será que estou ficando conservador?).
Fiquei
emocionado com a amizade dos protagonistas, empolgado com as paixões, comovido
com as decepções e terminei o filme profundamente tocado e com tristeza de ter
visto os efeitos da liberdade sem freios.
Porém, fiquei feliz porque um grupo de seres
humanos, pelo menos, libertou-se contra os limites impostos pela sociedade
conservadora e, alguns dias, viveu a vida intensamente. Mais uma obra da
contracultura que o cinema embala para eternizar uma época em que a
juventude tinha intelectualidade para buscar as cores da vida......e não
ficavam apenas atrás de telas de vídeo-game.
Nota 8,5! Detalhe: a cada ator
conhecido que faz suas pontas o filme fica mais interessante. É surpreendente vê-los em cena!
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