sábado, 21 de julho de 2012

Na Estrada desperta emoções diversas no espectador pela inconsequência dos personagens.



Conheço muito por cima os escritores da geração Beatnik. Ainda vou fazer um estudo do movimento e publicar alguma coisa por aqui. O que conheço vem do filme "Sociedade dos Poetas Mortos". Mas sei que eles influenciaram toda uma geração na contracultura e o movimento culminou com os "Hippies". 

Bem, fui assistir "Na Estrada" hoje e me surpreendi - nem tanto com o filme, mas com minhas reações diante da tela. A princípio comecei achando o filme bem monótono e imaginei que iria ser difícil assistir 2h20 naquele ritmo. 

Entretanto, conforme vai passando a "jornada" em busca do prazer e da liberdade dos personagens, o filme se torna mais e mais interessante, pois, a cada momento os personagens, liderados pelo carismático e de espírito livre Dean Moriarty, quebram mais barreiras e destroem os valores da sociedade americana conservadora. Imagino que, na época do lançamento do livro, deva ter sido uma verdadeiro escândalo. A aventura deles destaca todo tipo de amor livre, muitas drogas, viagens em alta velocidade e muitos, mas, muitos cigarros e álcool. 

Creio que o personagem Sal (brilhatemente interpretado pelo espetacular Sam Riley) é o alter-ego do Kerouac. Ele faz o olhar do espectador, que, não entra a fundo nas aventuras de Dean, mas acompanha de perto toda a jornada desde a expressão da liberdade até as consequências dos seus atos irresponsáveis, destruindo a vida de suas mulheres. 

Perfeitamente dirigido por Salles o filme é uma beleza em termos de interpretação. Os atores estão excelentes, com personalidades profundas e densos em suas dúvidas paixões e decepções. Neste último quesito saliento Kirsten Dunst e Kristen Stewart (que cada vez mais se liberta da Bella de Crepúsculo - graças a Deus, e, aos diretores é claro). Minhas emoções ao assistir foram quase opostas (será que estou ficando conservador?). 

Fiquei emocionado com a amizade dos protagonistas, empolgado com as paixões, comovido com as decepções e terminei o filme profundamente tocado e com tristeza de ter visto os efeitos da liberdade sem freios. 

Porém, fiquei feliz porque um grupo de seres humanos, pelo menos, libertou-se contra os limites impostos pela sociedade conservadora e, alguns dias, viveu a vida intensamente. Mais uma obra da contracultura que o cinema embala para eternizar uma época em que a juventude tinha intelectualidade para buscar as cores da vida......e não ficavam apenas atrás de telas de vídeo-game. 

Nota 8,5! Detalhe: a cada ator conhecido que faz suas pontas o filme fica mais interessante. É surpreendente vê-los em cena!

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