Brian DePalma usou a história e dirigiu um filme cujo roteiro foi concebido com imensa beleza. DePalma cria cenas de grande poesia visual (como o vestiário feminino e a dança de Carrie com seu par) e faz um filme absolutamente impecável (considero um dos grandes filmes de Terror de todos os tempos). Kimberly Peirce (diretora do brutal "Meninos Não Choram - e, único motivo que me levou a assistir esta refilmagem, pois me recusei a ver a refilmagem anterior - afinal, clássico não se refilma!) ao invés de criar um novo filme, uma nova gramática, uma nova estrutura narrativa, se limita a refazer, com competência, quase o mesmo roteiro, logo, fiquei o filme inteiro querendo rever Carrie de DePalma.
É competente o trabalho de Peirce, há cenas belíssimas, de brotar lágimas nos olhos de compaixão pela frágil e delicada Carrie, um doce de pessoa. Chloë Moretz e Julianne Moore são excelentes e as cenas são ótimas, mas, são mais do mesmo! E Chloë não é Carrie (por mais que esforce) nem Moore é Margaret. Por outro lado Sissy Spaceck É Carrie e Piper Laurie É Margaret White - as duas são impressionantes no filme original, DePalma é um Monstro Sagrado na direção e o primeiro Carrie é uma obra-prima.
Por que falei isso tudo? Para chegar à conclusão de que - eu esperava que Peirce, uma mulher na direção (o que em vários momentos confere ao filme a concepção feminina, delicada de filmar), uma diretora extremamente competente e uma cineasta-autora fosse recriar Carrie com outra gramática visual, com outra estrutura narrativa e que iria focar mais nos conflitos humanos de uma personagem feminina adolescente (como em Meninos não Choram), porém, a diretora se limita a refilmar o já filmado atualizando a concepção de DePalma (sem a mesma eficiência) e retirando pontos de tensão fundamentais do filme original - como o plano sequencia da corda que segue até o objeto nos bastidores do palco (não contei nada - só entende quem já viu o Carrie original - e não tem no novo).
Para a nova geração é legal ver Carrie pela belíssima história que é e porque, mesmo com a menor credibilidade das atrizes, não podemos esquecer que se trata das excelentes Chloë Grace Moretz e Julianne Moore, mas, este é um filme, e o Carrie de DePalma é uma obra-prima! Vale o ingresso, e só! Nota 7,0!
Nenhum comentário:
Postar um comentário